O aumento dos combustíveis nos últimos meses tem impactado não somente os motoristas de carros, mas também toda a população, em alguma intensidade. A gasolina alcançou a marca de R$7 em alguns estados brasileiros, porém o preço do diesel também cresceu, o aumento acumulado de 2021 até Julho é de 28% (segundo informações do IPCA, medido pelo IBGE).

Os preços dos combustíveis estão relacionados ao preço final de qualquer mercadoria ou serviço, visto que tudo depende do transporte rodoviário para transportar trabalhadores e produtos. O Brasil é fortemente movimentado pela malha rodoviária, quando há um aumento no combustível, sobretudo o diesel, o consumidor final é também impactado. 

O que influencia para o aumento dos preços dos combustíveis?

No Brasil, 98% da capacidade de refino do país é da Petrobras, então quando a petroleira anunciou reajustes nas refinarias, em Março deste ano, o impacto foi em cascata. O anúncio ocasionou na troca do executivo que comanda a companhia e na queda de 20% nas ações, perdendo mais de R$100 bilhões em valor de mercado.

Com o monopólio, a Petrobras é quem define o preço a ser praticado pelas refinarias. Contudo, há outros fatores que influenciam o preço final, como o imposto estadual (ICMS) e os federais (Cofins, CIDE e demais), custo de distribuição e revenda, preço dos biocombustíveis e o preço de realização da Petrobras. Esse último fator é o valor praticado pelas refinarias, o único que a empresa tem controle. Desde 2016 o preço brasileiro é equiparado ao internacional, o chamado petróleo Brent.

Apesar de ser de controle da companhia, essa parcela do preço final sofre influência internacional, questões políticas, econômicas e climáticas entram na conta também. Com o mundo ainda sofrendo as consequências da pandemia do COVID-19 e o surgimento de variantes ainda mais perigosas, não é simples manter o petróleo sem grandes alterações. O petróleo Brent é cotado em dólar, e, levando em conta a oscilação da moeda americana, um acompanha o outro no mercado. Como citado anteriormente, foi uma cascata (ou avalanche) a desvalorização da Petrobrás.

Estamos vendo algumas economias mundiais iniciarem uma retomada, ainda com restrições. Essas iniciativas podem ajudar o dinheiro a voltar a circular, porém o receio da variante Delta do COVID-19 é um dos pontos cegos para o comércio internacional.

Em resumo, o setor de transporte é fortemente impactado pela alta do combustível e, por diversos fatores, é difícil enxergarmos uma melhora nos preços. Os consumidores finais ainda sentirão as consequências, pois o nosso país é, sobretudo, movido pelas estradas.

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